As centenas de milhares de pessoas que saíram à rua mostram um país que está exausto e revoltado e que este não é um estado de espírito apenas dos jovens, mas de uma larga maioria da população.
Não ver isto e querer colocar esta manifestação no âmbito da mobilização de partidos e de sindicatos é persistir num erro que nos pode sair muito caro.
As imagens da manifestação mostram um país que está vivo, que não desistiu e que tem vontade de mudar o actual estado de coisas, não de uma forma negativa, mas construtiva, como afirmaram muitos dos que foram ouvidos pela comunicação social.
Ficámos a saber, este fim-de-semana, que, afinal, as elevadas taxas de abstenção dos últimos actos eleitorais ou a indiferença com as campanhas políticas não revelam apatia, mas sim uma profunda discordância com os métodos e prática dos políticos.
O modo como esta manifestação vai ser lida nos próximos dias é determinante para o nosso futuro. Ignorar o que se passou é programar uma bomba relógio que a prazo há-de rebentar.
Raquel Abecasis
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=121&did=146275
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