terça-feira, 14 de abril de 2009

"À ESPERA DE GODOT" de Samuel Beckett

À Espera de Godot é uma história sobre "dois gajos que estão à espera de outro que nunca mais chega".

É assim que Gregory Mosher, um importante encenador Beckettiano, resume Godot. E continua, dizendo que "o que faz de Beckett tão poderoso é exactamente a sua habilidade para condensar a experiência de um século apocalíptico dentro de uma história simples. Ele comprime o universo num átomo, que depois explode na nossa imaginação".

Em À Espera de Godot espera-se por nada e esse nada, é o que de facto existe. O resto, o tudo, são as palavras, as coisas e as pessoas para as quais (e de quais) elas falam. E essas são o que são. Estão lá e existem por si só. Servem para realçar o contrário. Servem para dar sentido ao medo que sentimos quando não sentimos o sentido das coisas. Servem para nos lembrar de que entre elas (e entre elas e as coisas) existe esse enorme e poderoso vazio, cheio de tudo e de nada, que desconhecemos e imaginamos, que antecipamos e receamos e que, inútil e insistentemente, procuramos compreender."

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